sábado, 13 de setembro de 2014

A Cultura do Palco


MÓDULO AV6

  Apresentação
 O Palco como símbolo e metáfora de uma sociedade centrada na festa, no cerimonial e na representação e onde a deliberada sedução dos sentidos oculta uma rigidez conceptual que encontra o seu corolário tanto nas conquistas da revolução científica, como na violência da guerra, onde se sublimam as redes de domínio.

 Objectivos de Aprendizagem
 - Analisar um espectáculo através de uma noção contemporânea de palco e de interacção performers - público.
 - Compreender a dimensão cénica da Corte.
 - Relacionar o rei absoluto, o actor senhor do palco e o artista plástico na construção da celebração do poder.
 - Analisar o poder do rei na sua relação com a organização sócio-cultural.
 - Compreender as dimensões assumidas pelo actor, o músico, o dançarino e o encenador.
 - Compreender o sentido interactivo das artes visuais na criação de um discurso pedagógico e celebrativo.
 O ESPECTÁCULO
 La Fura dels Baus (início c.1980). (página on-line www.lafura.com ) Grupo eclético que reúne profissionais de diversas áreas artísticas e que propõe uma dimensão performativa particular, baseada na procura de novas formas de expressão e de relação com o público, a saber: . Utilização de espaços anti-convencionais; . Utilização de uma série de recursos cénicos que podem incluir a música, o circo, a pirotecnia, o movimento, o uso de materiais naturais e industriais e a utilização das novas tecnologias; . Utilização de uma linguagem visual própria através do vídeo e de outros recursos à imagem e à incorporação de actores que na sua versatilidade dominam quer a expressão dramática quer o movimento; . Exploração de situações limite na busca de novas linguagens e linhas de expressão artística. Quando os Fura dels Baus recuperaram o Don Quijote (1605) e procuraram com esse tema consagrado fazer espectáculo, nele integraram as mais variadas técnicas performativas e linguagens gestuais para conseguir envolver todos os sentidos e construir a ilusão. Foi assim nos tempos de Don Quijote e da Corte, nos séculos XVII e XVIII. Tudo se reduziu a jogos de sentido e para os sentidos, numa procura do total, em aliança estreita de fé, sentimento e razão. O espectáculo era então tão variado quanto as procissões, o levantar do Rei ou a ópera.
 Muitos palcos, um espectáculo.
 1. 1618-1714 Do início da Guerra dos Trinta Anos ao final do reinado de Luís XIV.
 2. A Europa da Corte A Corte nos palácios das cidades. A Corte junto às cidades. O modelo Versailles.
 3. O Rei Sol Luís XIV (1638-1643-1714) O Rei da afirmação do poder autocrático. Luís XIV e o investimento na Corte de Versailles. Um Rei, um cerimonial, uma França hegemónica na Europa.
 4. O palco Os palcos: a Corte, a Igreja, a Academia. O palco do teatro e da ópera. O palco local de espectáculos efémeros.
 5. O Tratado de Utrecht (1713) A finalização das guerras. Um congresso de embaixadores e um tratado de paz. A nova geografia da Europa.
 6. A Revolução científica A razão e a ciência. O método. A experimentação.
 7. La cérémonie Turque, Le Bourgeois Gentilhomme (1670) de Molière (1622-1673) e de Lully (1632-1687) A fusão das artes: teatro, música e dança. O teatro com Molière. O espectáculo do teatro, no teatro.
 8. Palácio-convento de Mafra (1717-1730/1737) Um palácio e um convento. A arquitectura do Real Edifício. Uma obra de arte total pela mão do Rei.
 9. Trono de S. Pedro, Gianlorenzo Bernini, Roma, Basílica de S. Pedro (1657-66) O trono como alegoria da Monarquia Pontifícia e corolário das intervenções de Bernini na Basílica de S. Pedro. O Barroco romano: emoção e piedade. O conceito de “obra de arte total”.
 Arte e retórica. 
10. O Real Edifício de Mafra como expoente da eficácia da arquitectura barroca na materialização de uma ideia de poder. O sentido do Barroco: um gosto, mais que um estilo. Razão e emoção; gravidade e majestade. A sedução dos sentidos e a teatralidade. O poder da matéria. O conceito de obra de arte total. As origens do movimento: Roma Triunphans. Os criadores do Barroco. A Itália barroca.
 11. Sob o signo do pathos. A criação da escultura barroca. O papel de Bernini: dinamismo e abertura da composição; a exacerbação do expressionismo.
 12. A luz, personagem central da pintura barroca. Caravaggio e os “caravaggistas”. A pintura de tectos.
13. A oposição Barroco-Classicismo na França do Rei-Sol, mito ou realidade? A glorificação pela razão. O papel das academias. Arquitectura e escultura. A pintura, refúgio do Barroco.
 14. Barroco ou barrocos? A difusão do movimento no continente europeu e a sua expansão nos domínios portugueses e espanhóis. O Barroco na Europa Central e nos Países Nórdicos. Os pintores flamengos e holandeses. O Barroco em Portugal e Espanha. Aculturação e miscigenação: o Brasil.

 1. Tempo 2. Espaço 3. Biografia 4. Local 5. Acontecimento 6. Síntese 7. 1º Caso prático 8. 2º Caso prático 9. 3º Caso prático Artes Visuais: 10. A arquitectura barroca 11. A escultura barroca 12. A pintura barroca 13. O caso francês 14. Da Europa para o mundo

 Situações de Aprendizagem / Avaliação 
- Selecção e organização da informação.
 - Interpretação das fontes (iconográficas e escritas).
 - Produção de texto escrito.

 Bibliografia / Outros Recursos
 Dubois, C.G. (1973). Le baroque, profondeurs de l’apparence. Paris: Larousse (obra fundamental pela profundidade dos conteúdos e pela inovação historiográfica). Elias, Norbert (trad. port. 1987). A sociedade de corte. Lisboa: Estampa (obra inultrapassável para a compreensão das implicações culturais da cultura de corte) Hsia, R. Po-Chia (1998). The world of catholic renewal 1540-1770. Cambridge: Cambridge University Press (uma síntese actualizada sobre um tempo largo de cultura católica). Mandrou, R. (1973). Des humanistes aux hommes de science. Paris: Éditions du Seuil (síntese de grande qualidade informativa e problematizante) Maravall, J. A. (1983). La cultura del barroco. Análises de una estructura histórica. Barcelona. Editorial Ariel (obra fundamental sobre a cultura do Barroco como estrutura temporal datada). Muir, Edward (1997). Ritual in early Modern Europe. Cambridge: Cambridge University Press (a cultura moderna nas suas dimensões de rito). Villari, Rosario (Coord.) (1995). O homem Barroco. Lisboa: Presença (obra bem estruturada, com análise crítica e bem fundamentada de cada tema). http://www.encarta.msn.com (acedido em 09.05.05) (enciclopédia) http://www.infoplease.com (acedido em 09.05.05) (Columbia Encyclopedia) http://www.universia.pt/conteudos/bibliotecas/bibliotecas_mapas_2.jsp (acedido em 09.05.05) (página que remete para mais de mil mapas históricos). http://www.lib.utexas.edu/maps/index.html (acedido em 09.05.05) (remissão da página anterior para mapas). http://www.chateauversailles.fr/ (acedido em 09.05.05) (sítio do Palácio de Versalhes).

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