MÓDULO AV4
Apresentação
A Catedral, símbolo de uma Europa que reflui nas cidades, por força da actividade económica dos seus habitantes, mas também dos poderes aí sedeados (eclesiásticos, políticos, corporativos) e que, a despeito do quadro depressivo sobre o qual se movem (ou por isso mesmo), buscam na cultura, na ciência e nas artes os mecanismos da sua própria e mútua afirmação.
Objectivos de Aprendizagem
- Relacionar o painel de Vieira da Silva / Cargaleiro com a cidade enquanto organismo em crescimento.
- Perspectivar a cidade, as suas artérias, praças e edifícios, enquanto representação da mundividência das gentes dos burgos.
- Avaliar a importância dos letrados na reabilitação da cultura vernácula.
- Confrontar as permanências da peste e a festividade da cultura cortesã.
- Analisar o papel do mestre pedreiro e do cronista nas suas relações com a cidade.
- Analisar o papel das artes visuais na celebração do mundo terreno enquanto metáfora da Criação.
A CIDADE
Ville en extension (1970). Vieira da Silva (1908-1992), Cargaleiro (1925-) (Metro - Rato 1997). Passada a azulejo em 1997 por Manuel Cargaleiro — igualmente participante, com Arpad Szènés, na decoração da estação de metropolitano — a composição de Maria Helena Vieira da Silva (ela mesma sugestionada pelo poder gráfico da azulejaria, numa Lisboa entendida como “cidade-azulejo”), datada de 1970, ilustra, sobretudo, o conceito de cidade-rede, de intrincadas imbricações, na sua densa ortogonalidade. Cidade-malha, espessa de vida que se “sente”, pulsando por artérias e praças (cheios e vazios), que alastra “em extensão” e que, simbolicamente, se duplica nessa outra cidade-malha, subterrânea, que a rede do metropolitano configura. Os traços de Vieira da Silva, transpostos para azulejo por Manuel Cargaleiro, retomados numa estação de metropolitano de Lisboa, chamam-se "cidade em crescimento". Cidade é, sempre, um crescimento de gentes, de habitações, de equipamentos, de espectáculos,… Ao redor do século XII os campos viram crescer, dentro e fora das muralhas, as concentrações humanas, habitacionais e oficinais chamadas "cidade". Nelas tudo cresceu na diferença económica e social e na afirmação política e lúdica.
As cidades e Deus.
1. Século XII – 1ª metade século XV Do Renascimento do século XII a meados de quatrocentos.
2. A Europa das Cidades As grandes cidades da Europa. As cidades-porto. A Europa das Catedrais e Universidades.
3. O letrado Dante Alighieri (1265-1321) Dante, um homem da cidade e das letras. A escrita da Divina Comédia. As novas propostas.
4. A Catedral Bispos e catedrais. A representação do divino no espaço. A catequese: imaginária e vitral.
5. A Peste Negra (1348) A pandemia europeia. Descrição e geografia da Peste Negra. A utilização da Peste Negra: medos, punições e ameaças.
6. A cultura cortesã O torneio e o sarau. Gentilezas cortesãs e civilidade. As rates cortesãs: do teatro à dança.
7. A Catedral de Notre-Dame de Amiens (1220-1280) As catedrais francesas. A catedral de Amiens. Os modelos e a Europa.
8. Casamento de Frederico III com D. Leonor de Portugal (festas de 13 a 24 de Outubro de 1451), Nicolau Lanckman de Valckenstein. Descrever uma festa na cidade. O casamento: representações e públicos. As artes: da liturgia às ruas.
9. Alegoria do Bom Governo: Efeitos do Bom Governo na Cidade, Ambroggio Lorenzetti, 1337-1340, Siena, Palazzo Pubblico. Arte e política: a importância da pedagogia cívica. A lenta apropriação da perspectiva espacial. Arte e representação.
Em louvor de Deus e dos homens.
10. A Catedral de Amiens como expoente da arquitectura gótica e símbolo da cidade enquanto motor da civilização europeia. Deus é luz: o nascimento do gótico. A revolução da arte de construir. Expansão do gótico no espaço europeu. O vitral como materialização da transcendência. O gótico em Portugal. O manuelino, entre a Idade Média e o tempo novo.
11. A humanização do Céu. O portal da Catedral de Amiens como expoente da escultura gótica. A rápida conquista da autonomia da escultura em relação à arquitectura. A renovação iconográfica e a procura do realismo e do naturalismo. Um novo tema: a escultura funerária. O século XV e o culto do expressionismo.
12. Gótico e Humanismo. A Itália como centro de novas pesquisas. O carácter essencialmente ornamental da arquitectura gótica italiana e a sua fidelidade à espacialidade românica. Os escultores pisanos e a recuperação da tradição antiga. A procura da simplificação e da monumentalidade na pintura. A revolução pictórica flamenga. As novas técnicas. O particularismo nórdico.
13. O luxo ao serviço do Homem. As cortes principescas como centros de irradiação cultural e estética. O castelo como centro da vida política e social. O mecenato e a cultura cortesã. A iluminura gótica.
14. A materialização do paraíso. A arte dos reinos muçulmanos na Península Ibérica como expoente da civilização islâmica. Dos reinos taifas ao Reino de Granada: da sobriedade das dinastias africanas ao esplendor da arte nasride. O refinamento da arte cortesã. A arte mudejar.
1. Tempo 2. Espaço 3. Biografia 4. Local 5. Acontecimento 6. Síntese 7. 1º Caso prático 8. 2º Caso prático 9. 3º Caso prático Artes Visuais: 10. A arquitectura gótica 11. A escultura gótica 12. A Itália e a Flandres 13. O gótico cortesão 14. Ainda sob o signo de Alá
Situações de Aprendizagem / Avaliação
- Selecção e organização da informação.
- Interpretação das fontes (iconográficas e escritas).
- Produção de texto escrito.
Bibliografia / Outros Recursos
Duby, Georges (1979). O tempo das catedrais. A arte e a sociedade (980-1420). Lisboa: Editorial Estampa (a análise da integração da arte e da sociedade no tempo medieval). Knowles, M. D., Obolensky, D. (1968). Nouvelle Histoire de l’Église. Le Moyen Age. Paris: Éditions du Seuil (síntese qualificada sobre o tema) Le Goff, Jacques (1983). A Civilização do Ocidente Medieval. 2 vols. Lisboa: Editorial Estampa (obra de síntese complementada com estudos de caso temático-conjunturais). Le Goff, Jacques (1983). Os intelectuais na Idade Média. Lisboa: Gradiva Publicações Lda (as variações da produção cultural da Idade Média para lá do mundo monástico-clerical Marques, A.H. de Oliveira (5ª ed. 1987). A Sociedade Medieval Portuguesa – aspectos de vida quotidiana. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora (trabalho inovador pela leitura cultural que faz das ideias impensadas do quotidiano). http://www.encarta.msn.com (acedido em 09.05.05) (enciclopédia). http://www.infoplease.com (acedido em 09.05.05) (Columbia Encyclopedia) http://www.universia.pt/conteudos/bibliotecas/bibliotecas_mapas_2.jsp (acedido em 09/05/05) (página que remete para mais de mil mapas históricos). http://www.lib.utexas.edu/maps/index.html (acedido em 09.05.05) (remissão da página anterior para mapas). http://www.virtual-net.pt/FranciscanosVaratojo/ofm.html (acedido em 09.05.05) (sobre a ordem franciscana).
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