MÓDULO AV5
Apresentação
O Palácio, centro simbólico do Estado que emerge e cenário da actuação do mecenas, ele próprio símbolo de uma nova concepção de poder, materializado na protecção às artes, às letras e às ciências e onde a apetência pela harmonia das formas e conceitos se contradiz no violento enfrentamento das formas de espiritualidade.
Objectivos de Aprendizagem
- Relacionar as diversas linguagens na obra de Helena Almeida e a arte como totalidade múltipla.
- Relacionar a multiplicação de comércios e de poderes que se cruzam no palácio.
- Percepcionar a autoria do artista e os seus condicionalismos de produção.
- Compreender as permanências e clivagens sociais.
- Caracterizar o pintor como o relator privilegiado da sociedade do palácio.
- Compreender os processos de organização e subversão da representação do real.
A ARTE
Sente-me, Ouve-me, Vê-me, (c.1970). Seduzir. Série de trabalhos de Helena Almeida (1934-). Helena Almeida está entre os artistas portugueses que se afirmaram nos anos 70 e a sua obra situa-se no contexto das chamadas práticas anti-conceptuais que romperam com os processos e formatos mais tradicionais e abriram a cena artística a novas experiências, nomeadamente com a fotografia. Sente-me, Ouve-me, Vê-me constituem uma série de trabalhos particularmente importantes na obra de Helena Almeida pondo em jogo, simultaneamente, alguns dos mais importantes elementos da contemporaneidade, nomeadamente: . Recurso sistemático à inscrição do corpo na prática artística através da dinâmica transdisciplinar (obra portadora de uma eficaz confluência de disciplinas e atitudes: fotografia, vídeo e instalação sonora); . Recurso à dimensão performativa; . Valorização da relação do trabalho com o espaço que acaba por se resolver no domínio da chamada instalação. O trabalho de Helena Almeida passa pela captação da sedução da arte tendo o corpo como registo e agente de uma estética. Arte que é implicação do Homem e, por isso, interdependência de movimento interior e exterior. Assim parecem os tempos da plena modernidade. Um alargamento de perspectivas em múltiplas técnicas, um crescer de encomendas e de produtores culturais. Fazer belo seduz o Homem moderno, que o encontra na pintura, na forma esculpida, na fachada do edificado, lhe agrada no teatro, no momento de dança e na audição das obras polifónicas.
Homens novos, espaços novos, uma memória clássica.
1. 1ª metade século XV – 1618 De meados de quatrocentos ao início da Guerra dos Trinta Anos.
2. A Europa das rotas comerciais As rotas comerciais das ideias e dos objectos de cultura. Do Mediterrâneo ao Báltico. O Oriente e o Atlântico.
3. O mecenas Lourenço de Médicis (1449-1492) A família Médicis e Florença. Perfil de interesses de Lourenço, o Magnífico. Um Príncipe, um mecenas.
4. O palácio O palácio, habitação de elites. Das arquitecturas exteriores ao interior dos palácios. As artes no palácio.
5. O Revolutionibus orbium coelestium (1543), de Nicolau Copérnico (1473-1543) Uma “revolução” diferente, com o Sol no centro. Um tratado e a sua história e divulgação. O heliocentrismo.
6. O Humanismo e a imprensa A Antiguidade e a Sagrada Escritura. Os humanistas. O livre-exame. 7. A Anunciação (1475-1578), de Leonardo da Vinci (1452-1519) O pintor Leonardo da Vinci. As novas técnicas e “regras” da pintura. A “Anunciação” sob perspectiva.
8. Fala do Licenciado e diálogo de Todo-o-Mundo e Ninguém. Lusitânia (1532), de Gil Vicente (1465-1536?) (Compilaçam, versos 390 a 460 e 797 a 866) Fazer teatro na Corte. Uma farsa e uma comédia. Todo-o-Mundo, Ninguém e as outras personagens.
9. Requiem - Introito (1625), de Frei Manuel Cardoso (1566-1650) O rigor técnico da polifonia da Escola de Évora e a expressividade mística nas 6 vozes da Missa dos Defuntos do Mestre da Capela do Convento do Carmo.
O Homem, unidade de medida.
10. A Anunciação de Leonardo da Vinci como expoente da pesquisa renascentista sobre a representação das figuras no espaço. A pintura renascentista enquanto exercício intelectual. A pesquisa em torno da representação da perspectiva. Os primórdios da pintura renascentista. A expansão do movimento. Os novos temas: o retrato; o nu; a paisagem. Leonardo da Vinci como expoente da maturidade da pintura renascentista. A captação da dimensão psicológica das personagens: pittura e cosa mentale. Monumentalidade e subtileza. A pintura na viragem do século XVI: Rafael e a escola veneziana.
11. A arquitectura como metáfora do universo. A arqueologia e o coleccionismo. As pesquisas de Brunelleschi sobre as regras da composição arquitectónica. A criação de uma arquitectura à antiga. Leon Battista Alberti e a emergência da tratadística. A difusão da arquitectura renascentista: da severidade florentina à arquitectura ornamental. Bramante e Miguel Ângelo: os criadores da arquitectura do Alto Renascimento.
12. Entre o gótico e o retorno ao antigo. A lenta emergência da escultura renascentista. A redescoberta dos velhos géneros: o relevo; o retrato; a estátua equestre. A completa autonomização da escultura. Da representação da perspectiva à composição geométrica. A monumentalidade como objecto. Os grandes criadores do movimento: a progressiva intelectualização da escultura renascentista. Miguel Ângelo e a exacerbação da pesquisa anatómica.
13. Da regra à transgressão. O século XVI: crise de valores e individualismo. A arte de Rafael e Miguel Ângelo e a emergência dos primeiros sinais de tensão. O anti-classicismo e a subjectividade como objecto. Pintura, arquitectura e escultura.
14. A Europa renascentista ou Europa maneirista? A resistência gótica e a lenta difusão da matriz italianizante no continente europeu. A França, os Países Nórdicos e a Península Ibérica. Renascimento e Maneirismo em Portugal. O Maneirismo: primeiro movimento estético pluricontinental.
1. Tempo 2. Espaço 3. Biografia 4. Local 5. Acontecimento 6. Síntese 7. 1º Caso prático 8. 2º Caso prático 9. 3º Caso prático 10. A pintura renascentista 11. A arquitectura renascentista 12. A escultura renascentista 13. O(s) Maneirismo(s) 14. A Europa entre Renascimento e Maneirismo
Situações de Aprendizagem / Avaliação
- Selecção e organização da informação.
- Interpretação das fontes (iconográficas e escritas).
- Produção de texto escrito.
Bibliografia / Outros Recursos
Chaunu, Pierre (1981). Église, culture et société. Essais sur réforme et contre-réforme (1517-1620). Paris: SEDES (uma visão integrada das várias reformas religiosas da Europa moderna). Delumeau, Jean (1984). A civilização do Renascimento. 2 vols. Lisboa: Editorial Estampa (obra de síntese complementada com estudos de caso temático-conjunturais). Delumeau, Jean (trad. cast. 1977). La reforma. Barcelona: Editorial Labor (obra fundamental pela síntese sistemática que traça para se perceber os tempos de reforma religiosa). Eisenstein, E. (2000). The printing revolution in early Modern Europe. Cambridge: Cambridge (obra sobre as problemáticas da divulgação cultural através do impresso). Garin, Eugenio (Coord.) (1991). O homem renascentista. Lisboa: Presença (obra bem estruturada, com análise crítica e bem fundamentada de cada tema). Hsia, R. Po-Chia (1998). The world of catholic renewal 1540-1770. Cambridge: Cambridge University Press (uma síntese actualizada sobre um tempo largo de cultura católica). Mandrou, R. (1973). Des humanistes aux hommes de science. Paris: Éditions du Seuil (síntese de grande qualidade informativa e problematizante) Muir, Edward (1997). Ritual in early Modern Europe. Cambridge: Cambridge University Press. (a cultura moderna nas suas dimensões de rito). Nauert Jr., Charles G. (1995). Humanism and culture of Renaissance Europe. Cambridge: Cambridge University Press (síntese actualizada da cultura humanista). http://www.encarta.msn.com (acedido em 09.5.05) (enciclopédia). http://www.infoplease.com (acedido em 09.05.05) (Columbia Encyclopedia). http://www.universia.pt/conteudos/bibliotecas/bibliotecas_mapas_2.jsp (acedido em 09/05/05) (página que remete para mais de mil mapas históricos). http://www.lib.utexas.edu/maps/index.html (acedido em 09.05.05) (remissão da página anterior para mapas). http://www.virtual-net.pt/FranciscanosVaratojo/ofm.html (acedido em 09.05.05) (sobre a ordem franciscana). http://www.instituto-camoes.pt/cvc/navegaport/index.html (acedido em 09.05.05) (descobrimentos e expansão portuguesa).
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