sábado, 13 de setembro de 2014

A Cultura do Cinema


MÓDULO AV9

 Apresentação 
 O cinema enquanto nova arte, possibilitada pelo desenvolvimento técnico e científico e geradora de novos espaços sociais, mas também enquanto nova dimensão, construtora de sonhos e de arquétipos de bem-estar, ao mesmo tempo que arma de denúncia social, num tempo ironicamente marcado por um clímax de insegurança e violência.

 Objectivos de Aprendizagem
- Relacionar o bem-estar de situação construído por Paula Rego com a afirmação de uma nova atitude de quotidiano.
 - Analisar as relações entre a Europa e a América perspectivadas pelo cinema.
 - Compreender o indivíduo como interventor social: da realidade à ficção.
 - Analisar o tempo contraditório dos horrores da guerra e da procura do bem-estar físico e social.
 - Reconhecer o papel do cientista e do artista como ícones sociais.
 - Compreender a(s) arte(s) como denúncia e provocação.

 O BEM-ESTAR The Barn (1994), Paula Rego (1935-). Hoje, pintar é intervir. Essa é a razão da escolha deste trabalho de Paula Rego de 1994. Pinta-se uma estrutura de medos, que vão dos receios ancestrais dos “morcegos / vampiros” aos floridos trabalhos do dia-a-dia do estábulo, ou à imagem da própria mulher que, mais que tratadora de animais, se apresenta eroticamente prostrada sobre palhas recobertas de pano negro. Outras, ou a mesma, fustigam com vergastas não a passiva e ubérrima vaca, mas a sua própria imagem enquanto mulheres do marginal assumido. Pintura no feminino e sobre o feminino adensado de fantasmas de masculinidade e de raízes sentidas nas formas fortes e nas cores soturnas, ainda que marcadas pelo girassol amarelo ou animadas pelo elemento animal. Animal, vaca, que se coloca no centro do olhar entre estruturas de cenografia de um estábulo, procurando uma aproximação ao real pelo irracional. As formas femininas, em plano frontal, expressam força física, impondo-se a um mundo que ainda as lê delicadas e impotentes. O texto pintado por Paula Rego é um documento dos contrastes entre as formas e ideias preponderantes e marginais em torno do sexo feminino. No celeiro de Paula Rego há um bem-estar de situação. No objecto recuperado para a tela há imagens de bem-estar rural, natural, domesticado. Nos intervenientes a pintora deixa passar o apetecer, sugestivo, da relação matriarcal feminina com o corpo. O bem-estar, antes de mais, é uma atitude individual. Ainda que com tempos fortes de guerra e tragédia, o século XX lutou pela afirmação individual e pelo direito de cada um ao seu bem-estar. Cada um, apesar das tortuosas imposições exteriores corporizadas nas "modas", pode tentar ser o que quer ser, ter como situação de conforto e de bem-estar os padrões que eleger.
 A euforia das invenções.
 1. 1905-1960 Da Exposição dos Fauves à viragem dos anos 60. 
2. Da Europa para a América Intensifica-se o diálogo entre a Europa e a América do Norte. Influências mútuas, culturais e científicas.
 3. O Charlot (1917-1934) de Charles Spencer Chaplin (1889-1977) Charlot – importante ícone do cinema: o vagabundo que aspira à felicidade; a crítica social; a superioridade da mímica sobre a palavra.
 4. O cinema O triunfo do sonho e do mito. Afirma-se uma nova linguagem.
 5. A descoberta da penicilina de Alexander Fleming (1928) O recuo da morte. Mais tempo com qualidade: a procura de usufruir.
 6. O homem psicanalisado O contributo de Sigmund Freud e da arte na procura do “eu”.
 7. “Ultimatum futurista às gerações portuguesas do século XX” – 1ª Conferência Futurista de José de Almada Negreiros no Teatro República a 14 de Abril de 1917. In Portugal Futurista (1917), pp. 35-38.
 8. Guernica (1937), Pablo Picasso (1881-1973) Quer neste caso prático, quer no anterior, impera a “desconstrução”. Há uma intervenção claramente assumida pela arte: a denúncia.
 9. Ballets Russes (1909-1929) A proposta revolucionária dos Ballets Russes de Serge Diaghilev. A dança na vanguarda da modernidade. As novidades estéticas de Stéphane Mallarmé a Jean Cocteau. Criar é provocar.
10. A Guernica de Pablo Picasso como expoente da arte assumida como denúncia política. Entre guerras: da arte degenerada à arte oficial dos regimes totalitários. Sob o signo da provocação: Fauvismo, Expressionismo e Dadaísmo. Os caminhos da abstracção formal: Cubismo e Futurismo e movimentos subsequentes. A nova complexidade material. A arte abstracta como arte democrática: arte informal, abstracção geométrica e expressionismo abstracto. A pulverização dos caminhos artísticos: Europa e Estados Unidos. O regresso ao mundo visível: realismo figurativo, realismo crítico, assemblage e arte expressiva. O surrealismo. Arte e função: a arquitectura e o design. As novas técnicas. As utopias arquitectónicas. O estilo internacional. A arte portuguesa até aos anos 60: pintura, escultura e arquitectura.

 1. Tempo 2. Espaço 3. Biografia 4. Local 5. Acontecimento 6. Síntese 7. 1º Caso prático 8. 2º Caso prático 9. 3º Caso prático Artes Visuais: 10. As grandes rupturas

 Situações de Aprendizagem / Avaliação 
- Selecção e organização da informação.
 - Interpretação das fontes (iconográficas e escritas).
 - Produção de texto escrito.

Bibliografia / Outros Recursos
 Bidiss, Michael D. (1980). L’ère des masses. Paris: Ed. du Seuil (excelente ensaio de conjunto) Conrad, Peter (1998). Modern times, modern places. Life & Art in the 20th Century. London: Thames and Hudson (síntese para introdução ao estudo do tema). Lévy, Bernard-Henry (2000). O século de Sartre. Lisboa: Quetzal Editores (visão de síntese de um tema abrangente). Lipovetsky, Gilles (1989). O império do efémero. A moda e o seu destino nas sociedades modernas. Lisboa: Publicações Dom Quixote (análise de sociologia da cultura centrada no mundo diversificado da moda). Pernes, Fernando (Coordenação). (2001). Panorama da cultura portuguesa no século XX. 3 vols. Porto: Edições Afrontamento/Fundação Serralves (uma visão geral sobre o século XX organizada por grande áreas: "As Ciências e as Problemáticas Sociais" (1º vol.), "Arte(s) e Letras I e II" (2º e 3ª vols.). Rosas, Fernando (s.d.). Século XX – Homens, Mulheres e factos que mudaram a história. 32 Fascículos adaptados da versão original de El País. Lisboa: Público/El País (excelente ensaio de conjunto) http://www.encarta.msn.com (acedido em 09.05.05) (enciclopédia). http://www.infoplease.com (acedido em 09.05.05) (Columbia Encyclopedia) http://www.universia.pt/conteudos/bibliotecas/bibliotecas_mapas_2.jsp (acedido em 09.05.05) (página que remete para mais de mil mapas históricos). http://www.lib.utexas.edu/maps/index.html (acedido em 09.05.05) (remissão da página anterior para mapas). http://www.yale.edu/lawweb/avalon/avalon.htm (acedido em 09.05.05) (colecção de documentos a partir do século XVIII). http://maltez.info/respublica/index.html (acedido em 09.05/.05) (história política portuguesa, 1.ª República e Estado Novo). http://www.apwideworld.com/ (sítio da Associated Press com arquivos de imagens do século XX).

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