MÓDULO AV8
Apresentação
A Gare como espaço-metáfora de uma nova rede de relações transnacionais, possibilitada pelas
inovações técnicas e geradora de novos sentidos de espaço-tempo, onde se entrecruzam, em
aparente contradição, sonhos e utopias.
Objectivos de Aprendizagem
- Relacionar o fazer musical de Emannuel Nunes e a manipulação da técnica ao serviço do Homem.
- Analisar o contributo do ferro e do progresso técnico para as transformações sociais e culturais.
- Compreender a importância da acção individual na revolução técnica, e nos movimentos utópicos,
nacionalistas e sociais.
- Compreender o papel do homem oitocentista na sua relação com a técnica, a natureza e a História.
- Reconhecer o estatuto intelectual do engenheiro e do músico.
- Compreender o papel das artes visuais entre a ilustração do sonho e a captação do real
A TÉCNICA
Lichtung II (1995-6), Emmanuel Nunes (1941-). Ensemble
Intercontemporain. Direcção Jonathan Nott. Ircam.
A obra Lichtung II de Emmanuel Nunes serve para exemplificar uma
linguagem mais hermética, característica da herança avant-garde do
século XX. Trata-se igualmente de uma obra recente, de um compositor
português de referência mundial na cultura musical contemporânea.
Esta obra pode ilustrar:
. A utilização de uma linguagem musical altamente complexa, quer em
termos concepcionais, quer em termos auditivos, que nos transporta
para novas dimensões auditivas, que desafia as nossas noções
convencionais e a nossa capacidade de entendimento – como é
apanágio de muita da produção artística, desde o século XX.
. A utilização da electrónica “ao vivo” na manipulação, modificação e
emissão dos sons produzidos pelos instrumentos acústicos, através de
um programa computacional concebido pelo próprio compositor.
Trata-se também aqui da continuidade lógica das práticas composicionais que
remontam à segunda metade do século XX, após o advento dos meios
electrónicos, neste caso, utilizando os meios do Ircam (Institut de
Recherche et Coordination Acoustique/Musique), uma das principais
instituições dedicadas à pesquisa, criação e divulgação musical
contemporâneas.
. A preocupação já não apenas com os parâmetros convencionais da
música (melodia, ritmo, harmonia, timbre,...) mas também com a
questão da espacialização do som. A disposição dos 12 instrumentos
acústicos e dos 13 altifalantes, bem como a gestão electrónica da
emissão do som, são elementos absolutamente intrínsecos à
concepção da obra, criando um espaço sonoro que deverá ser
adaptado em função das características do espaço físico.
Porque a técnica não limita o Homerm, o fazer musical de Emmanuel
Nunes procura essa convivência. A técnica descrita e os meios técnicos
— electrónica, programas de computadores —, ao serviço da expansão
da dimensão auditiva do Homem e do conceito do que se entende por
música.
Em tempo de multiplicação de mecanismos, de consolidação do poder
do ferro e das energias não humanas ou animais, é a técnica que
triunfa, exemplo da grandeza do poder da razão do Homem e do seu
saber-fazer, nalguns casos força de escravização dos homens de
oitocentos.
A velocidade impõe-se.
1. 1814-1905
Da batalha de Waterloo à Exposição dos Fauves.
2. A Europa das Linhas Férreas
Domínio das linhas férreas ligadas às indústrias.
3. O engenheiro Gustave Eiffel (1832-1923)
A ruptura do ferro proposta por Eiffel: o pragmatismo e o simbólico.
4. A Gare
Espaço onde tudo afluía. Dela dependia agora a divulgação.
5. A 1ª Exposição Universal (Londres, 1851)
A apologia da máquina, do ferro e das novas tecnologias. Recuam os
saberes tradicionais.
6. O indivíduo e a natureza
A natureza é um refúgio privilegiado dos artistas.
7. Palácio da Pena, Sintra (1838-1868/1885)
A arquitectura romântica e a sedução da Idade Média. Do restauro à
reinvenção.
8. Italian family onf ferry boat leaving Ellis Island (1905). Fotografia de
Lewis Hine (1874-1940).
A captação de sensações ópticas vai ser posteriormente utilizada pelo
realismo e impressionismo.
9. Tristão e Isolda (1857 – 9) de Richard Wagner (1813 – 1883):
Prelúdio (Acto 1) e Morte de Isolda (Acto 3, Cena 3).
A obra de arte total: Palavras, Música, Dança (ou Gesto), Artes
Plásticas, Encenação e Acção combinam-se ao mesmo nível, enquanto
veículos para a expressão de uma ideia dramática única. Uma lenda
medieval de relevância universal.
Entre a ilustração do sonho e a captação do real.
10. O passado enquanto refúgio. O Palácio da Pena em Sintra como
expoente da arquitectura romântica. A sedução da Idade Média. Do
restauro à reinvenção: a arquitectura revivalista.
11. O triunfo da emoção. Da exaltação do eu à arte pela arte. A pintura
como expoente dos valores românticos. As pátrias do romantismo:
França, Alemanha e Inglaterra. A pintura romântica em Portugal.
12. Um novo olhar sobre o real. O fascínio da fotografia. Da vida como
tema (fazer verdadeiro), à captação das sensações ópticas. Paris,
capital da arte. Da pintura realista à pintura impressionista. Para além
do Impressionismo: o Neo-impressionismo (divisionismo) e o Post-
Impressionismo.
A escultura: Auguste Rodin. A pintura e a escultura em Portugal no
século XIX.
13. Mundo novo, formas novas. A ruptura com o passado: a arquitectura
do ferro e a Arte Nova. Arquitectura do ferro e Arte Nova em Portugal.
1. Tempo
2. Espaço
3. Biografia
4. Local
5. Acontecimento
6. Síntese
7. 1º Caso prático
8. 2º Caso prático
9. 3º Caso prático
Artes Visuais:
10. O Romantismo
11. A pintura romântica
12. O Realismo e o
Impressionismo
13. A arte ao redor de 1900
Situações de Aprendizagem / Avaliação
- Selecção e organização da informação.
- Interpretação das fontes (iconográficas e escritas).
- Produção de texto escrito.
Bibliografia / Outros Recursos
Hobsbawm, Eric (1992). A era das revoluções – 1789-1848. Lisboa: Editorial Presença (as dimensões
politico-culturais das agitações recolucionárias do final do Antigo Regime).
Hobsbawm, Eric (1998). A Questão do Nacionalismo. Nações e nacionalismo desde 1780 – programa,
mito, realidade. Lisboa: Terramar (ensaio histórico de conjunto).
Lowy, Michael; Sayre, Robert (1997). Revolta e Melancolia – O Romantismo contra a Corrente da
Modernidade. Venda-Nova: Bertrand Editora (excelente síntese para a introdução ao estudo do
tema).
Winnock, Michael (2001). Les voix de la liberté. Les écrivains engagés au XIXe Siècle. Paris: Éditions du
Seuil. (obra de síntese sobre o assunto para introdução ao seu estudo).
http://www.artyclopedia.com (enciclopédia, consulta pelo nome dos artistas, nacionalidade ou movimento
artístico).
http://www.encarta.msn.com (enciclopédia).
http://www.infoplease.com (Columbia Encyclopedia).
http://www.universia.pt/conteudos/bibliotecas/bibliotecas_mapas_2.jsp (página que remete para mais de
mil mapas históricos).
http://www.lib.utexas.edu/maps/index.html (remissão da página anterior para mapas).
http://users.erols.com/mwhite28/20centry.htm (atlas histórico do século XX).
http://www.monde-diplomatique.fr/cartes/ (cartografia de conflitos no mundo contemporâneo).
http://www.northlink.com/~hauxe/dkshore.htm (contactos entre Espanhóis e Índios).
http://www.iscsp.utl.pt/cepp/ (história política portuguesa).
http://65.107.211.206/victorian/victov.html (sobre a época vitoriana).
http://www.yale.edu/lawweb/avalon/avalon.htm (colecção de documentos da Antiguidade até aos nossos
dias).
http://www.infoscience.fr/index.php3 (biografia de cientistas).